Viver em isolamento social. É esta a nossa nova vida?
Temos andado calados. Ainda mais do que o normal. Estamos a adaptar-nos à nova realidade, como todos. Cada um em sua casa. Uns sozinhos, outros em família. Quase todos a trabalhar como se não houvesse amanhã – e como será o amanhã?
No meu caso, fechado em casa com a mulher e dois filhos, um de 7 e outro de 11, a vida tem sido, mais ou menos esta:
08:00 – Acordar e carregar no snooze.
08:30 – Levantar da cama depois do update de notícias e redes sociais
09:00 – Tomar banho e vestir (algo confortável, mas nunca pijama) e depois acordar as crias.
09:20 – Dar pequeno-almoço aos pequenos, vestir e arrumar a casa (fazer a cama, guardar roupa, etc.).
10:00 – Começar a trabalhar. Muito. Mesmo muito.
11:00 – Levantar para dar assistência aos TPC's dos miúdos
11:15 – Voltar ao trabalho.
13:30 – Parar de trabalhar para ir almoçar. Geralmente é a mulher que faz o almoço, eu faço o jantar. Ajudo a pôr a mesa e fazer update dos trabalhos e lavar a loiça. Quem não cozinha fica com essa tarefa.
13:45 – Almoço, café e mais redes sociais.
14:15 – Voltar ao trabalho (e ser interrompido inúmeras vezes pelos filhos. Por TPC's, pela bola que não encontram, para ir jogar PES, etc.)
19:30 – Começar a pensar em parar de trabalhar.
20:00 – Parar de trabalhar e começar a cozinhar
20:40 – Jantar.
21:00 – Jogar PES com os miúdos
22:00 – Pôr os putos na cama, ou pelo menos tentar.
22:30 – Os putos finalmente vão para a cama.
22:45 – Sentar e conversar com a mulher e tentar ver uma série na Netflix.
23:00 – Quase a adormecer logo nas primeiras cenas, mas a resistir.
23:15 – Resisti! Ver um episódio de uma série, beber um whisky.
23:00 – O sono foi-se.
00:45 – Ir para a cama sem sono.
01:00 - Dormir sem descansar.
08:00 - Recomeça tudo de novo
Com alguma nuances este tem sido o dia-a-dia desde a passada sexta-feira, dia 13 de março. Desde aí estou em teletrabalho e só saí duas vezes brevemente. Não está a ser fácil. E não vai ser fácil. Sinto-me muito cansado, sobretudo porque durmo mal, sono irrequieto. Mas há que manter o espírito positivo. Vamos ficar todos bem.