Vamos criar #activekids ?
Confesso que desde há algum tempo tenho vindo a observar os amigos dos meus filhos e a maneira como se comportam – principalmente do mais velho (com 9 anos). É fantástico ver os códigos, os sinais, a forma como se tratam quando há bem pouco tempo éramos nós, que andamos agora na casa dos "intas" e “entas”, a estar ali, a ter aquele papel.
Gosto de sorver a alegria e a forma descomplicada como olham para o mundo. Mas há algo também que me preocupa, neles e nos meus: a dependência que têm dos ecrãs e como o exercício físico lhes passa ao lado, sobretudo o gosto por ele. E a responsabilidade é toda nossa, pais, tios, avós e amigos. Toda. Vamos mudar isto? Leiam o resto do post.
Vejo nos outros e nos meus uma grande dependência dos ecrãs. E isso preocupa-me. Dou por mim a ver casais a jantar e os miúdos a mexerem nos tablets, sem uma única conversa entre pais e filhos. Dou por mim em minha casa a olhar para o smartphone e de vez em quando toda a gente cá em casa está no seu mundo a olhar para o ecrã. Vou a festas de aniversário e metade está a olhar para os smartphones. Vou a jogos de futebol, um momento único para a partilha entre pais e filhos, e vejo os pais no smartphone. Parece uma coisa saída do "1984" de Orwell, mas é a realidade. Quase tão assustador como estar a escrever este texto em manga curta em véspera de 1 de novembro.
É claro que a vida agitada que levamos em termos de trabalho não se compara a outras gerações, e estamos sempre cansados. O trabalho raramente acaba às 17h e torna-se tão fácil colocar um ecrã em frente a um puto para ele deixar de nos "chatear". Mas será que é mesmo isso que eles querem?
Mesmo assim, alguns dizem-me que são os tempos modernos, que a TV provocou o mesmo nos nossos pais. Mas não acredito. Não quero diabolizar a redes sociais e a grande utilidade dos smartphones. Isto é como as motas, as motas não têm culpa dos acidentes, mas sim quem as conduz ou quem conduz outros veículos e vai contra as motas. Ou seja, é a forma como usamos os ecrãs, e não o ecrã em si.
Por isso, decidi que cada vez mais quero presentar os meus filhos e os amigos dos meus filhos com coisas ao ar livre. Skate, surf, bicicleta, patins, futebol, caminhadas. Não para lhes tirar os ecrãs, mas para equilibrar a relação que têm com eles. Não estou aqui com falsos moralismos, adoro o meu smartphone (tenho 2), aprendo muito coisa na net e até sou pai de um YouTuber – o qual apoio ao máximo. Mas este fim-de-semana tive uma epifania. Acho que devo ajudar os meus e os amigos deles a serem #activekids.
Quero que os meus filhos cresçam saudáveis. Sem problemas de saúde que estão a afetar muito as nossas crianças. E deixo desde já o desafio de fazerem o mesmo. Com isso, não potenciam apenas a saúde como criam as memórias de momentos bem passados que irão perdurar a vossa própria existência.
Usem as redes sociais, sim, mas também para espalhar esta atitude, a de criar #activekids para que sejam adultos saudáveis e equilibrados. Vamos a isso?