Serão estes os sinais de que estou velho?
Criei há poucos anos, e sem querer, uma tradição de Natal. Ofereço-me um par de sapatilhas (ou ténis, se preferirem) por esta altura. E há mais de cinco anos que o repito, todos os anos. Mas a questão deste post não são as prendas X ou Y que tenho a sorte de poder comprar no Natal. Mas sim com os hábitos que criei ou vou criando e que me fazem pensar se não são os sinais de que estou a ficar mesmo velho.
Exemplos: compro sempre um modelo de sapatilhas. Este, de que gosto especialmente e que já usava na adolescência, na altura do Liceu, são a minha prioridade neste tipo de peças de roupa. Compro outros mas volto a estes. Felizmente são uns clássicos, como tudo agora que seja relativo aos anos 1980/90. E não fica ridículo um quarentão usar aquilo.
Mas há mais. Tive que mudar de óculos. Parti os que tinha e sem possibilidade de arranjo tive que pensar numa solução. E a que encontrei foi voltar a usar a mesma armação que usava faz agora uns 12 anos. Uma armação também clássica e intemporal – apesar de ter alguma personalidade – que há mais de uma década deixei num táxi a caminho de um trabalho.
Continuando: whisky! Chego a novembro e a vontade de estar a ler um bom livro ou ver uma boa série na TV acompanhado de um whisky é diária. Em casa dos meus pais nunca vi esse hábito, mas sabia que o meu avô paterno o fazia. Será daí?
Mas há mais, coisas comezinhas: o mesmo perfume, já comprei um que usava há 20 anos; o mesmo menu no McDonald's; a mesma bomba para colocar gasolina, a mesma sala de cinema (Amoreiras, sempre!). O hábito de visitar o mesmo centro comercial na altura do Natal (novamente Amoreiras). Ou até passear por Campo de Ourique, Estrela ou Príncipe Real, o que fazia todos os dias até aos 30 anos, uma vez que vivia por ali. E a última é a enorme vontade de comprar um rádio despertador para ter ao lado da cama e deixar de acordar com o horrível despertador do telemóvel...
Tudo isto são hábitos que vou notando e anotando que parecem criar rotinas que me fazem sentir bem. Mas que, ao mesmo tempo, me fazem sentir, pela primeira vez na minha vida, um adulto. O que, se calhar, quer dizer V-E-L-H-O.
Será? Também acontece convosco, quarentões (e senhoras, também)?