Quem disse que os resorts são todos iguais?
Quando pensamos em resorts é praticamente garantido que vamos imaginar uma das seguintes situações (senão todas): palmeiras arqueadas sobre o mar, praias de areia fina, piscinas rodeadas de espreguiçadeiras e bares com tudo incluído. Será também possível que imaginemos veraneantes barrigudos, vermelhos que nem tomates, deitados dias a fio à beira das ditas piscinas.
Agora que já estamos todos bem-dispostos com este cenário, pensemos então no oposto de tudo isto. Um resort localizado numa zona remota da... Noruega é logo um tópico para nos deixar a pensar. Depois vamos ver melhor e percebemos que teremos sido nós a estragar a nossa própria noção de resort, que mais não é do que um conjunto de equipamentos e espaços usados para lazer e entretenimento (sim, estou a citar o Priberam, processem-me).
Ora, este Manshausen Island é isso e muito mais. Se me perguntarem, parece-me o céu. Ou não fizesse jus ao conceito de estilo de vida norueguês “hygge” que, em teoria, traduz uma "sensação indiscritível de conforto". Na prática parece-me isso e muito mais.
Localizada no estreito de Grøtøya, a ilha que dá ao nome ao resort é, ao contrário do que se diz por cá, tanto ao mar e tanto à terra, já que será o local onde o mar se encontra com as montanhas, com o resultado que as imagens documentam.
Uma terra mágica, onde é possível pescar, mergulhar, escalar, andar de kayak, de bicicleta e caminhar. Caminhar muito para descobrir as maravilhas que a região parece ter para oferecer a quem se aventurar a umas férias diferentes. Neste caso apenas de acesso marítimo, à boleia de um ferry que transporta os felizes hóspedes para as cabanas privadas desenhadas pelo arquitecto Snorre Stinessen, numa lógica de se enquadrarem na perfeição numa paisagem já de si perfeita.
O resultado é impossível de esconder, tal como será impossível terminar sem referir que tudo isto é propriedade de um senhor chamado Børge Ousland que, para quem não sabe (ou não fez o trabalho de casa como eu) é um conhecido explorador polar, que muito provavelmente – digo eu – encontra aqui a paz de espírito necessária para preparar as suas expedições, bem longe deste e dos outros (menos recomendáveis) resorts.