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Like A Man

06 de Janeiro, 2017

Perdidos e Achados em Série(s)

LiAM

netflix

Tenho uma confissão a fazer: sou um pouco impaciente. Não aprecio filas, não gosto de esperar e não tenho paciência para estar a “engonhar”. Isto aplicado ao trânsito resulta na opção pelas duas rodas, como já deixei claro por aqui, mas quando aplicado ao universo do “cinema” (no sentido mais lato) quer dizer que adoro uma boa história, mas há muito que deixei de ter paciência para séries de televisão. Isto porque gosto de histórias com princípio, meio e fim.E detesto quando o fim me começa a “fugir”, num arrastar da trama para uma segunda, terceira, quarta (e por aí fora) séries. Não vejo mal nenhum nas sequelas, atenção. Desde que terminem a história que estavam a contar, por mim tudo bem.

E o que tem acontecido não é bem isto. O que vemos é um "isco" atrás do outro, sempre a remeter o espectador para as temporadas seguintes, mesmo que para isso tenham que inventar twists rebuscados. Pode ser preconceito meu, atenção (nota-se muito que tinha isto aqui recalcado?), mas a culpa não é minha.

 

A verdade é que me “perderam” no Lost. Assisti (muito) empolgado à primeira série, num deslumbramento com algo que me pareceu realmente diferente. Infelizmente, a coisa deu uma curva para o lado errado. O lado do nunca-mais-isto-acaba-nem-o-pai-janta. Desisti, portanto. E desisti também das séries a partir dessa altura (mas tarde ainda espreitei um pouco do Heroes, mas percebi que padecia do mesmo mal).

 

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Foi, por isso, com um cepticismo (agradecido, ainda assim) que recebi a notícia de que o Netflix Portugal, qual velhinho de barbas brancas, gostava que o LiAM experimentasse o serviço e todas as funcionalidades, logo a partir de Natal. Sim, tenho amigos que subscrevem o serviço e até já me tinham falado dele, mas a minha experiência prévia (associada a alguma falta de tempo para ver televisão) resultou num entusiasmo bastante contido. Tão contido que duas semanas depois de ter o serviço ainda só tinha visto dois filmes e sinalizado para rever mais tarde uma preciosidade que procurava há muito sem sucesso: o magnífico "Suspeitos do Costume". E era isto. Felizmente no LiAM somos dois e uma destas noites, estava deitado no sofá a fazer zapping desinteressadamente quando, trocando umas mensagens com o Filipe, ele menciona a Black Mirror, uma série exclusiva da Netflix que eu “tinha mesmo de ver”. Como sou um tipo minimamente curioso (e obediente), fui espreitar, começando pelo primeiro episódio da 3ª série.

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Meus senhores... que ma-ra-vi-lha! Não vi apenas esse episódio (qualquer coisa de estupendo que recomendo vivamente), como “tive” ainda de ver também o seguinte. E só não vi mais de seguida porque era uma noite de semana e já ia longa. Fantástica produção, histórias melhores ainda (a lembrar a velhinha Twilight Zone) e, a cereja no topo do bolo, são episódios sem qualquer ligação entre eles. Ou seja, a história tem um princípio, um meio e um fim ali mesmo, naquele episódio. Podia lá eu pedir mais alguma coisa? Sim, por acaso podia. Queria mais tempo, para ver tudo num sopro. Como o tempo ainda não está disponível no on demand, conformei-me. Também está bem assim. É muito bom voltar a ter aquele entusiasmo de chegar ao fim do dia e querer ir para casa ver mais um episódio de uma série. Sim, queridas séries, é com alguma emoção que digo: “estão perdoadas”. Vemo-nos mais logo, no quentinho do sofá, para uma sessão pela noite dentro?

 

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