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Like A Man

21 de Março, 2017

Os problemas dos homens influenciáveis

LiAM

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Todos nós, homens e mulheres, somos seres que se deixam influenciar pelo meio em que vivemos. Não só pelo meio como também pelas pessoas. É natural, somos animais sociais e isso pode trazer grandes ganhos…mas também alguns problemas.

 

Vou personalizar: há uns anos tive um chefe, uma pessoa culta, interessante, um quarentão com pinta que apesar de não ser uma estampa era muito charmoso. Um homem à homem! Era, e penso que ainda seja, uma pessoa ponderada. Vivia bem, muito acima da média. Era rico, pronto. Tinha vários carros desportivos mas no dia-a-dia andava com um pequeno utilitário, o que mostra a tal sensatez, e sempre o vi rodeado de mulheres bonitas. Na sua gestão do dia-a-dia, nem sempre fácil, o meu chefe era assertivo mas dava valor a quem se esforçava. Não, não era sempre um prazer trabalhar com ele, mas já encontrei gente muito pior e menos preparada. Gostava de trabalhar com ele.Contudo tinha um pequeno (grande) problema: mensalmente, ou até com outra regularidade que não percebia – nem tinha de – almoçava ou jantava com amigos.

Amigos esses um pouco mais abastados que ele. Ou seja, o meu chefe de então, nesses encontros era o mais pobre dos ricos. Ao pé dos outros não lhe bastava a boa moradia que tinha num dos sítios mais finos e caros da Grande Lisboa, os tais carros desportivos e o dinheiro suficiente  para se vestir bem e levar as tais mulheres vistosas a jantar aos locais da moda. Nem para deixar de comprar os gadgets de última geração.Não, ele nesses encontros dava-se com aqueles 5% de portugueses para quem comprar um relógio de sete mil euros é um presente de natal para dar a um bom amigo que lhe fez um favor, que andar de helicóptero para ter uma reunião no outro lado da cidade era algo possível e frequente e que a coleção de arte que valia milhões lá de casa são uns mimos que dá à sua mulher.


mad-men

Depois dessas reuniões o homem vinha diferente, irascível, levava tudo a eito naquele escritório. Mostrava todos os seus dentes e toda a sua raiva, nesses ataques de frustração (por não estar ao mesmo nível dos outros amigos ricos) não media o seu negócio, e as conquistas que já tinha feito e ainda podia fazer. Não, nesses dias ele ficava outro. Achava-se outro e culpabilizava os mais próximos. A culpa era sempre dos outros.E, por vezes, terminava relações laborais/pessoais porque, sem ponderar, não percebia que aquilo que tinha construído era muito mais importante, mediante as circunstâncias, do que as dos amigos abastados que em muitos casos nem sabiam ao certo como o dinheiro lhes tinha ido para às mãos.


Ou sabiam mas não podiam contar…E porque escrevo sobre isto? Porque sim!
Porque há homens que se sentem frustrados por não terem o carro X, a mota Y, o apartamento penthouse ou aquele relógio que vêem no George Clooney quando ele bebe a sua chávena com o café que o patrocina. E essas pessoas ficam frustradas, muito frustradas. E dão cabo de amizades, de relações de trabalho, de relações amorosas e, por vezes, ficam tristes para sempre. Amargurados, sem dar valor aquilo que já têm e ao que podem ainda conquistar – se tiverem discernimento para tal.Mas não se pense que isto acontece só com os homens.

Nas mulheres também acontece. Quando uma mulher engravida, as outras vão atrás. É quase matemático!!! Se uma vai de férias para o Caribe com o marido, que até pode ser uma besta quadrada e a trate pior que as duas amantes que tem, as outras ficam logo a suspirar a quererem o mesmo e a culpar o desgraçado que gasta dinheiro na assinatura da Sport TV. Mas isso é outro campo. E que dá azo a muitas linhas e pelas quais não me quero meter (por enquanto).Por isso, e para terminar esta reflexão, é muito importante que sejamos, nós homens, influenciados pelas pessoas que nos rodeiam. Muito, desde pais, amigos e até sogros (q.b.). Mas não podemos deixar que sejam as nossas frustrações a comandarem essas influências. Isso faz de nós homens amargurados, menos ponderados e com menos discernimento para dar a volta aos problemas.

Temos uma vida pela frente aos 40 e temos de a saber conquistar, independentemente dos problemas que vão surgir no nosso caminho.E como dizia o publicitário Edson Athayde num dos seus livros do Tio Olavo:  existe um lugar no mundo onde a palavra Sucesso vem antes da palavra Trabalho: no dicionário!E fica desde já prometido um texto positivo sobre os bons influenciadores e como ser um. Vale?