Gestos que marcam mais do que notamos
Há gestos que dizem tudo. Ou quase. Basta um ligeiro trejeito para nos dizer muito sobre a pessoa. Às vezes também a profissão e o estatuto social, se é que essa coisa existe.
Há gestos básicos que me assustam. Sem polémicas. Mas os gestos de velho, ou melhor que estamos a ficar velhos.A forma de aproximar o smartphone da cara, a forma como teclamos nele. Ou ainda como nos sentamos ao computador, lemos um livro ou simplesmente nos sentamos.
Por vezes, esses gestos dizem-nos mais sobre as pessoas do que uma conversa. Há milhentos livros sobre isso, e de longe tenho conhecimento na matéria para estar a debitar sobre o assunto. Mas preocupa-me duas coisas:
- Gestos que já não são próprios para a minha idade - posições de puto e que repetimos desde a adolescência, sem termos consciência de tal.
- Gestos do dia a dia que me remetem para os gestos que nos habituamos a ver nos pais e avós.
Ninguém disse que chegar à metade dos 40 anos, no meu caso 45, era fácil. Metade da vida já passou espero que a outra metade seja só a partir de agora. E com isso na cabeça penso: como seremos nós em velhos? Nós que vivemos esta revolução digital. Nós que começamos a usar sapatilhas até bem mais tarde. Nós que somos tão diferentes do que eram os nossos avós.
Até lá vou continuar a afastar o telemóvel da cara sempre que conseguir.