E como foi o Lisboa Moto Show?
Confesso que tenho muita experiência em feiras. Já visitei inúmeras, dos mais variados assuntos: de logística a vinhos, de agricultura a retalho, de tecnologia a automóveis. Mas de motos foi a primeira vez que entrei numa exposição, a estreia foi este ano no Lisboa Moto Show. Isto porque, como já referi aqui no blogue algumas vezes, até agosto do ano passado nunca liguei nenhuma a motos. Eram-me quase indiferentes. Mas, qual crise dos 40, qual vontade incessante de descobrir coisas novas, cá estou eu, desde meados de outubro a conduzir mota todos os dias, faça chuva ou sol. Ainda na classe de 125, mas algo que vai mudar em breve. Mas voltando ao assunto deste post: o Lisboa Moto Show. Saí de lá com sentimentos ambíguos.
Todas as novidades do mercado estavam lá, e isso faz logo o sucesso de uma feira, além disso não falharam os grandes players do mercado das motas, estavam lá todos (aqui uma ressalva, depois de um comentário de um leitor a este post: faltou a KTM. Verdade! obrigado pela nota.), e o público era mais que muito. Um sucesso, portanto. Contudo achei que havia stands muito pobres, ou melhor muito simples. Achei também que podia haver uma dinâmica à volta do evento que ficou aquém. Contudo, o balanço é positivo, mas há muita coisa a melhorar. A não ser o stand da Honda, que tinha leds enormes, os restantes limitavam-se a ter um tapete e as motas expostas e, alguns, umas beldades com ar de enjoado a transmitirem o quão grande era o frete de estarem ali. Ressalva para as meninas do stand do Grupo Piaggio que mostraram a sua simpatia e disponibilidade para tirar algum tipo de dúvidas.
Vamos então aos nossos destaques.
Já falamos anteriormente do Grupo Piaggio. Pessoalmente, e fazendo o exercício que 99% dos visitantes fez, se tivesse de comprar uma das Moto Guzzi estaria com um grande problema entre a nova versão da V7 III e a V9 Bobber. Pessoalmente, a Bobber assenta-me muito bem e parece-me mais leve para andar na cidade, mas esteticamente gosto mais da V7. Como não vou comprar nenhuma em breve, apenas testá-las, o problema da indecisão está resolvido, por ora...
Fiquei também muito impressionado com a oferta da Triumph. Tudo nas Boneville faz sentido, a posição de condução, a distância do guiador, a posição dos pedais. Achei fantástico. E não fui o único. Eu e o João fizemos a visita no segundo dia com a companhia dos nossos amigos do blogue Correr na Cidade (como se pode ver na primeira foto deste post), e percebe-se pela foto que as Triumph nos encantaram.
A Harley Davidson apresentou um novo modelo, a Street Rood, muito interessante quer a nível de preço (cerca de 8600€) e de equipamento. Apenas achei um pouco estranha a posição de condução, mas em breve, quando a testarmos, iremos tirar essas dúvidas.
Vimos a nova proposta da Benelli, a Leoncino. No geral, gostei, mas aquele farol techno e o “leãozinho” no pára-lamas da frente, foram um turn off, pelo menos para mim. Mas para o preço será certamente uma mota que se irá vender muito.
Na Mash, num dos stands mais cool, vimos as novidades da marca para 2017. Nada de grandes estreias, mas deu para comprovar ao vivo a evolução que estas máquinas made metade em França e outra metade na China estão a ter. Os meus olhos não saíram da Scrambler 250 preta. Linda.
Na Yamaha gostamos muito da SCR 950. E ainda ficámos a olhar para uma ou duas motas mais futuristas, em algo entre uma Naked e uma Scrambler, como as XSR700. Estará a nascer aqui um novo segmento? Curiosa a aposta em seduzir os condutores mais novos com simuladores de “motinhas”, para meter o “bicho” desde pequeno. Pena o ar de enjoado das assistentes, a Yamaha tinha um dos stands mais visitados e completos. A rever, senhores. A simpatia conta nestas coisas. As bombas são as máquinas!
Passámos com curiosidade na Ducati para ver as Scrambler. Não gostei dos fios que saíram do guiador dos quatro modelos. Aquilo parece mal acabado. Apenas a Café Racer já parece ter evoluído e não tem os fios de fora.
E claro, as BMW. Sou daqueles que liga pouco ou nada às motas de Trail, sobretudo as GS. Acho-as enormes, brutas. Não me inspiram (o que não quer dizer que daqui a uns anos não lhes ache piada). A minha atenção foi toda a para a Nine T. Os três modelos, desde a Scrambler à mais racing conquistaram muita gente na feira. Havia uma experiência de condução virtual, mas não tive tempo de experimentar.
Confesso que as restantes marcas não me chamaram a atenção, nem Honda, nem SYM, Keeway, nem Peugeout, new Kawasaki (muito forte, mas num estilo de motas que não me seduz). E ainda a Suzuki numa aposta clara nas suas motos super velozes. Fiquei mal impressionado com as Royal Enfield, motas que sempre me pareceram giras em fotos, mas que ao vivo parecem motas de montar, daqueles com que vinham com os soldadinhos de chumbo. Talvez se algum dia testar alguma possa mudar de opinião.
Foi bom ver tanta gente no pavilhão e meio de exposição, muito bom o stand da revista Rev, mas penso que faltaram algumas marcas de acessórios. Como é que uma Barbour International não tem lá um stand? Ou a Hedon, ou mesmo os portugueses Nexx ou os espanhóis da Buff…ou ainda stands de lojas novas que têm surgido com força no mercado português. Aqui nunca sabemos se a culpa é da organização da feira ou se esse tipo de marcas não quis estar presente. E faltava um stand de bebidas com bourbon e gin...
De qualquer forma, gostei muito dos dois dias que visitei o Lisboa Moto Show. Elege as minhas motas preferidas, do que vi: Moto Guzzi V9 Bobber; Triumph Boneville, BMW Nine T Scrambler e Mash Two Fifty.
Para o ano há mais!