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Like A Man

19 de Junho, 2017

Dicas para te tornares num motard

João NC

 

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Tenho 41 anos e carta de mota há pouco mais de cinco anos. Não é preciso ser um Guterres das contas para perceber que ainda sou um novato nestas coisas. É verdade que comecei um pouco antes, à boleia da lei que permitia aos detentores de carta de ligeiros conduzir motas até 125cc, mas ainda assim passei mais de metade da minha vida sem qualquer tipo de contacto com as duas rodas para além de vê-las passar na rua.

 

Apesar desta evidente constatação, tenho feito por compensar - estive a fazer as contas e, entre a primeira 50cc - uma Vespa a cair de podre - e esta última que agora conduzo, já fui proprietário de 8 veículos de duas rodas. Dará uma média de uma mota por ano. “Estou à procura do meu estilo”, é o que costumo dizer. É um pouco verdade, mas diria que o problema é outro: há demasiadas motas bonitas por aí para me conseguir contentar apenas com uma durante muito tempo.

 

Sem mais demoras, deixo três pontos importantes a considerar para se entrar neste fascinante (e muito relaxante) mundo das duas rodas. “Dicas para te tornares num motard” é um pouco excessivo, mas fica bem como título. Aqui ficam elas. Sigam se vos apetecer.

 

  1. Comprar a mota

Como já perceberam, não sou o tipo mais indicado para vos dar conselhos sobre o tipo de mota que devem comprar – até porque eu próprio ainda não cheguei a uma conclusão definitiva quanto a isso –, mas aqui o segredo é seguirem os vossos instintos, combinando a vossa preferência com o facto de serem novatos.

Recomenda-se, por isso, que comecem “por baixo”. Ou seja, se gostam do estilo “aventura” e até são fãs da BMW, não será recomendável que se atirem logo para a 1200 GS. Comecem pela 800 GS, por exemplo. Ou pela novíssima 310 GS.

E o mesmo se aplica a outros estilos de mota, sobretudo aqueles que podem ser mais “brutos”. Convém terem noção dos vossos limites e começarem por algo mais fácil de “domar” antes de se atirarem para fora de pé.

Isto das motas, ainda mais do que nos carros, tem muito a ver com feeling. O melhor sentimento que se pode ter é sentarmo-nos numa mota e parecermos já “velhos amigos”. Como se pertencêssemos um ao outro. É esse o sentimento que devem procurar. Mas a beleza disto tudo é que haverá sempre espaço para evoluírem.

 

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  1. Adoptar o visual

Não vale a pena fingirmos. A menos que sejam uma espécie de versão portuguesa do Kramer, o vizinho do Seinfeld, vão sempre preocupar-se com o que vestir ao volante da vossa menina. Seja por uma questão de estilo ou de segurança - sendo que o ideal será uma combinação dos dois. De novo, não sou o melhor exemplo para dar conselhos, sobretudo no que diz respeito à segurança. Sou frequentemente alvo de injúrias jocosas por parte dos meus amigos por andar sempre sem qualquer tipo de protecções nos ombros, cotovelos e costa (pernas muito menos). E não, nunca tive um capacete integral. O máximo que consegui usar foi um modular.

Mas façamos deste um caso de “façam o que eu digo, não façam o que eu faço” e consultem um profissional capaz de vos guiar pelo processo de compra. Um bom capacete é obrigatório. Se é ou não adequado ao estilo da mota que conduzem, já é outra conversa, mas diria que é recomendável. Casaco e luvas são igualmente imprescindíveis, ficando o estilo à consideração de cada um.  

 

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  1. Andar de mota. Muito.

É como andar de bicicleta, mas a motor. Não se esquece, mas quanto mais andarem, melhor o vão fazer. E mais seguros se irão sentir a cada passeio, conseguindo assim usufruir cada vez mais da vossa máquina e de tudo o que passear de mota envolve: a paisagem, os cheiros, a brisa a bater-vos na cara, a malta dos carros cheia de inveja a ver-vos passar... enfim, o normal para quem faz deste o seu modo de vida.

Mas atenção ao excesso de confiança. Andar de mota deve ser um prazer e às vezes sabe bem acelerar um bocadinho – não vamos mentir. Mas deve ser a excepção, não a regra.

 

Para fechar, a melhor dica que vos posso dar é esta: não tomem nada por garantido e certifiquem-se de que os outros condutores, nomeadamente dos carros, vos veem. Muitos dos acidentes que envolvem motas dão-se porque os condutores dos outros veículos não nos veem. Seja porque vão a fazer coisas que não deviam e, por isso, estão distraídos, ou porque vamos depressa demais, a verdade é que ver e ser visto devem ser regras sempre bem presentes na conduta de um motociclista.

 

O resto... o resto é desfrutar.

 

Como se diz por aí (sempre quis dizer isto): “boas curvas!”

 

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