Conduzir ao estilo Bond, James Bond!
E que tal nos sentirmos na pele de James Bond por umas horas? Algo que qualquer homem gostava, não?
Não estou a falar de situações de perigo a perseguir criminosos com nomes estranhos e que afagam gatos brancos, nem vestirmos fatos feitos tão à medida que numa ida ao restaurante do Jamie Oliver deixamos de conseguir apertar o casaco, ou ainda o conquistarmos duas beldades no mesmo dia daquelas que maioria dos homens vislumbra apenas no Instagram. Estou a falar de quatro rodas.
Recentemente tive a oportunidade de testar um Benz. Mercedes Benz! Mais concretamente um Classe E 220d. Sim, esta fantástica peça de design que veem nas fotos. O veículo é lindo. Ponto! Com linhas quase perfeitas que nos remetem para carros na linha dos Aston Martin ou Bentley – lá está, ao melhor estilo Bond.
Sinceramente, foi dos carros mais bonitos que já conduzi e do que mais prazer me deu. Sempre gostei de carros grandes – e não, não é nada de perfil compensatório – mas sempre torci o nariz a automóveis baixos, aliás, nunca tinha conduzido um coupé. E a experiência foi boa, digo antes fantástica. Explico já, a alta velocidade.
(dica enquanto leem o resto: colocar o “You Know My Name” do Cris Chornell no Spotify)
Motor
O modelo é um Classe E, 220 a Diesel - E ao volante tem as opções de mudanças de patilhas que a Fórmula 1 nos deu ou a opção automática de nove mudanças. Sim, leram bem: 9! O que “estica” bem um motor que facilmente vai para os 200/230 km/h sem sentirmos (pelo menos é o que diz a ficha técnica, cof, cof…). E, confesso, pensava que gastava mais combustível, em cerca de 700 kms percorridos, gastou uma média de 7,5 litros aos 100.
O motor é de 4 cilindros em linha com uma potência de 143 kW (194 CV) e binário máximo de 400 N·m. Confesso que como homem devia saber o que isto significa, mas não faço ideia. Sei sim, por experiência própria que é um motor com um arranque brutal e que faz as ultrapassagens que quisermos e, lá está, tem aquela velocidade para nos imaginarmos nas curvilíneas estradas do Monte Carlo em perseguição a um vilão com uma cicatriz na cara.
Design interior
Comecei logo este texto por indicar que é uma viatura extremamente bonita por fora. Mas por dentro é tudo aquilo que um homem pode querer num carro – e se acrescentarmos a Bond girl no lugar ao lado, ainda melhor.
Este modelo tinha estofos em pele, creme, e tudo parecia bem posicionado com o mais alto gosto e a melhor funcionalidade, ou seja, design (e com pacote AMG) Parte do tablier em madeira, os cromados dos respiradores, e o gigante ecrã, a fazer um lembrar um iPad em esteróides que nos dão a sensação que estamos dentro de nave espacial. Mas nada demasiado high tech. Tudo faz sentido.
Tudo, não! Pessoalmente preferia que o velocímetro e contra rotações fossem analógicos e não digitais. Mas, sinceramente, passados uns segundos, são “balelas” para o bem-estar que o carro transmite no seu interior.
A condução
Nos três dias que testei o carro andei por auto-estradas e por estradas secundárias - daquelas mesmo sinuosas. O único ponto negativo é mesmo a alergia que o automóvel tem por buracos na estrada. Não se sente muito, mas a cada “pisadela” ficamos a sofrer pelo sofrimento do carro. De resto é o rei da estrada. E agarra o alcatrão como ninguém. Fazer curvas agarrado àquele volante enquanto clicamos nas patilhas para mudar a velocidade, equipara-se a uma adrenalina que, pessoalmente, só tinha sentido a andar de mota. O vrrrumm de aceleração deste Mercedes que sentimos fica gravado na memória.
Acho que encontrei o carro que mais me fez feliz até ao momento. Bonito, potente, vistoso sem ser espampanante.
Se fosse um homem, este carro seria um gentleman bem parecido e de sorriso malandro.
p.s. – o preço? 63 mil euros + alguns extras.
