Como ser bom pai!
Sinceramente, não sei!
Sou pai há quase dez anos e todos os dias são uma surpresa e uma eterna descoberta. Mas com o passar do tempo começo a perceber o que é realmente importante na relação entre pai e filho. Pelo que me tenho percebido - até pela minha experiência como filho - ser pai é sobretudo uma partilha. Uma troca de momentos que nos ficam gravados na memória até ao último suspiro da nossa vida.
Como filho, aprendi, e como pai aprendo todos os dias, que o tempo que nos resta juntos ganha-se pelos momentos que passamos a criar laços. Uns criados de propósito outros frutos do mero acaso.
Se tivesse que dar conselhos a quem um dia vai ser pai, aquilo que vos digo é que é uma experiência que nos muda para sempre. Deixa-nos mais velhos, mais preocupados, menos aventureiros, mais medrosos, mais pobres (financeiramente) e é uma carga de trabalhos. Ponto.
Mas depois há o outro lado da balança que pesa muito mais. A troca de cumplicidade, o ganho de um amor que não se consegue medir, o vermo-nos a perdurar no tempo, mesmo quando sabemos que vamos desaparecer um dia. E vermos outro ser vivo a desenvolver-se, crescer e passar por situações por que passámos. É uma experiência fantástica.
Por isso, mais do que listas de compras para oferecerem presentes aos vossos pais, o meu conselho muito pessoal para este Dia do Pai é que nunca é demasiado tarde, nem demasiado cedo para criar ligações. Ligações que vão perdurar por gerações. Acreditem! Bastem que sejam alimentadas.
E podem ser bem simples. Aquela bebida da marca especial que partilham, aquele almoço naquele restaurante a determinado dia do mês, que às vezes parece que não calha nada bem na agenda até ao dia em que somos o único na mesa e aí nos arrependemos de termos adiado tantos encontros.
Aquela ida ao futebol - mesmo que sofram por cores diferentes - ; o filme que estreia, aquela praia, aquela exposição de arte ou de carros. Aquele livro. Criem rituais. Passem-nos de pais para filhos. O ganho é extraordinário. E eterno.
Feliz Dia do Pai.