Test Ride Mash Café Racer: como é ser "Mashista"?
É uma das marcas que mais curiosidade tem gerado entre os motociclistas e a que poucos ficam indiferente ao seu estilo retro. Falamos das Mash, uma marca francesa construída na China e que tem conquistado a preferência de muitos portugueses. Um de nós é dono de uma e contamos aqui como é conduzir uma Mash.
É sempre difícil escrever sobre uma mota que é nossa. Porque só há dois estados quando temos uma mota: ou estamos “apaixonados” por ela ou estamos a pensar trocá-la por outra. E entre esses pensamentos há sempre a questão de a estimar porque um dia a podemos querer vender. Ora, apesar de ainda estar apaixonado pela minha Mash Café Racer 125 espero um dia vendê-la. Contudo, e mesmo com essas condicionantes esta é uma review sincera - como tudo o que fazemos e partilhamos aqui no blogue.
Quando em setembro passado comprei uma SYM Fiddle III 125, falaram-me de uma marca nova com grande estilo de nome Mash. Nas ruas passei a vê-las com alguma frequência (não muita). Mas não liguei. Provavelmente estariam num preço que não queria investir na altura. Só que comecei a indagar e uma 125 cc cheia de pinta custava mais 200 euros que a minha pseudo-vespa. A partir desse dia não descansei enquanto não troquei a minha SYM por uma Mash.
Mas vamos por partes. O look da Mash é fantástico, faz um vistão! (as fotos são da autoria do Bruno Veiga). Quando chego com ela a qualquer sítio perguntavam-me – pelo menos quem percebe pouco de motas – se não é uma 250. Apesar de a achar pequena (o que é ótimo para quem quer ter uma primeira mota) tem um aspeto que nos remete para as Triumph ou uma Moto Guzzi. Eu sei, os donos e fabricantes destas marcas devem achar um sacrilégio esta comparação, mas acalmem-se, em cada dono de Mash há um potencial dono de uma dessas motos que falei anteriormente.
Hoje em dia, e ao fim de 3 meses de utilização diária da mota já fazia ali umas modificações. Como foi comprada em segunda mão as cores não são as minhas preferidas para uma mota mas ainda assim, gosto muito. Contudo, estou a pensar pintar o depósito de cinza e mudar o banco para um banco normal castanho (tem banco individual de café racer) e os punhos também para castanho. O que acham?
Falemos de motor. E aviso já, não sou expert em motores, aliás, não percebo nada de motas, apenas adoro andar, seja em que estilo ou segmento for.
Às vezes perguntam-me coisas que não sei responder sobre o motor da Mash. Acho que é um motor normal de uma 125 cc, as mudanças são curtas e não é necessário andar muito para estarmos em quinta velocidade. Não incomoda, mas gostava que ela andasse um pouco mais. Aquilo chega aos 100/110 kms hora e já não dá mais. De resto, nada a dizer, excepto que o barulho que faz é giro mas podia ser mais poderoso - mas para isso há ponteiras, certo? Afinal, estamos numa Mash não numa Harley.
Em relação à fiabilidade, nada a apontar, isto com uma máquina com 6500 kms no contador, dos quais 1500 foram já comigo. Irrita-me um pouco a mota não arrancar sem abrir o ar, mas não incomoda por aí além. O fato de não ter avisador de nível de combustível já me pregou alguns sustos – mas eu sempre quis uma mota old school, por isso, não me posso queixar! Os travões estão a necessitar de óleo porque chiam um pouco e há ali uns barulhos a mais, talvez pela qualidade dos materiais, mas também a minha SYM o fazia. Made in China. Não se pode espera muito mais.
E o consumo? Brutal. Só posso acrescentar isso. Faz uma média de 2,9 litros aos 100 km. Ou seja, tenho gasto 5 euros por cada 140 km. Fantástico, e é tanto quanto gastava a SYM.
Considerações finais:
Acho que é a mota ideal para ser a primeira mota de muita gente - homem ou mulher. Em vez de comprar uma scooter, porque não começar já por uma mota, com mudanças a sério!? Ter uma Mash 125cc é uma mota que nos dá muito prazer a conduzir. E há um culto que começa criar-se à volta da marca e não tarda existirão muitas 125cc para vender uma vez que os seus donos irão, quase certamente, passar para cilindradas mais altas (dentro dos modelos Mash).
O primeiro encontro de "Mashistas" está marcado para Lisboa para o dia 21 de maio (domingo). Se tiverem curiosidade nesta marca, apareçam para as ver de perto. Ou então aconselho viviamente a passarem por alguns dos concessionários (os que conheço na zona de Lisboa) a Reclance (no Dafundo) e a Ink & Wheels (perto do Campo Pequeno) ou então visitem a Roda Gigante em Caneças.
Pontos negativos
- Barulhos a mais (espero que passem na próxima revisão) nos travões, sobretudo.
- Necessita sempre de ar para o motor pegar
- Falta alguma potência ao motor.
- Podia ser uma mota um pouco maior.
Pontos positivos
- Travões. Disco à frente e atrás dão segurança.
- O design. A mota é mesmo muito, muito gira.
- Preço (novas a Café Racer 125cc ronda os 2300 euros).
- Muito leve.
Avaliação
Avaliação (de 0 a 5):
Consumo: 5
Estética: 5
Motor: 2
Condução: 4
Preço: 5
Total (num máximo de 25): 21
p.s.- conduzam sempre com capacete, luvas e casaco apropriado. Boas curvas!