As diferenças entre ir “ao baeta” e ao barbeiro!
Nós homens temos medo!
Medo de arriscar. Temos hoje menos medo que tínhamos há anos atrás, mas volta e meia temos medo do que é novo, do que é desconhecido. Levamos à risca a ideia futebolística de que “em equipa que ganha, não se mexe”. E às vezes erramos. Mesmo quando achamos que o “golo” está certo. E esta intro é para falar de cortes de cabelo.
Não, não é para vos dizer quais os cortes que vão estar na moda nas próximas estações, mas sim para fazermos uma reflexão coletiva masculina – um dos propósitos do LiAM.
Ora, no que respeita a “ir cortar o cabelo”, e tendo nós - pelo menos os que vivem nas grandes cidades - , bastante oferta de qualidade, continuamos, na maior parte das vezes a ir ao baeta. E há várias razões para tal:
- Preço. Sem dúvida que o baeta que existe há 50 anos no fim da vossa rua não vos irá cobrar mais do 10€ pelas tesouradas clássicas que vos vão dar. O objetivo é cortar! E cortam sempre um pouco mais do que queremos, mesmo quando pedimos vezes sem conta que é para cortar um pedacito – Acho que gostam de cortar bem curto como se fosse uma assinatura pessoal!
- Proximidade. Na maioria das vezes esses baetas estão na rua onde vivemos, ao pé da casa dos pais, ao lado da escola dos filhos ou mesmo em frente ao trabalho. E há um certo “chamamento” prático que nos atraí para lá, mesmo quando sabemos que é um risco. É tipo íman.
- Não inventam. Não há cá ganchinhos a prender o cabelo enquanto se cortam a parte da nuca, não há protetores de pescoço e se alguma tesourada sair um pouco ao lado e for parar à orelha, nada que um pouco de produto para estancar o sangue não resolva. É quase um bootcamp, uma prova de masculinidade. No final, apesar do corte ser mau, sentimo-nos que sobrevivemos a mais uma dura prova. Somos mais homens!
E há mais razões, mas todas elas injustificáveis e inexplicáveis para não gastarmos mais umas “massas” e irmos a um local que nos corte o cabelo como deve de ser.
O custo-benefício é parvo. E devíamos arriscar mais. Aqui o escriba passa várias vezes por isso. Vou cortar uma ou duas vezes a um sítio bom, mas depois pelas razões acima apontadas e por outras – que se resumem numa palavra: estupidez! – vou parar a baetas. Uns mais estranhos que outros. Mas vou lá parar. E depois passo duas semanas a olhar no espelho para um gajo com um corte que não lembra nem ao Jorge Jesus. E ainda por cima ouves os outros: “ah…gostava mais de te ver com ele grande”; “ah…também não te fica mal” ou o “estás muito bem (not!)”.
Assim para vos ajudar a vocês (e também a mim) deixo aqui locais bem fixes para cortarem o cabelo. Para vários gostos e vários preços. Deixem-se de tretas, arrisquem! (e eu também)
O PURISTA (leia a entrevista)
BARBEARIA PORTO (no Porto)