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Like A Man

15 de Novembro, 2017

A memória tem horas certas

João NC

 

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Não andaremos muito longe da verdade quando dizemos que todos os homens gostam de relógios. Mais do que um acessório de grande utilidade, será também uma forma de afirmarmos o nosso estilo. Mais clássicos ou um pouco mais desportivos, os relógios fazem parte da minha vida desde muito cedo. Hoje recordo três momentos que ficaram comigo para sempre, associados precisamente a este acessório que não dispenso.

 

A primeira memória que tenho associada a relógios - para além de me recordar que sempre fui fascinado por eles - remonta aos meus tempos de adolescência. Não sei precisar a idade, mas recordo-me bem que queria um determinado relógio. E todos sabemos como os adolescentes conseguem ser insistentes quando querem muito uma coisa. Lembro-me que o objecto do meu desejo era cinzento e digital. Já não sei de que marca seria, mas arrisco Citizen. E lembro-me muito bem da forma como me chegou. Foi no dia do meu aniversário, bem cedo já que era dia de aulas. Acordo com um despertar digital junto à minha cabeceira. O tradicional acordar ao som da voz dos pais foi substituído por esta bela surpresa, que ficou comigo até hoje. A memória, já que o relógio não sei bem que fim terá tido.

 

A segunda, mais recente, remonta a 1998, ano em que terminei a Licenciatura. Uma memória que envolve de novo os meus pais (pessoas que para além do talento para fazerem filhos são também muito generosas). Levados pelo entusiasmo de verem o filho mais novo a terminar a sua caminhada académica, resolveram brindar-me com uma oferta que ainda hoje me acompanha: um Tissot Sport Chrono Diver como o que a foto abaixo documenta. É um relógio intemporal que, para mim, vale muito mais do que seu valor de mercado. Tem o valor de um momento especial e isso, como todos sabemos, não tem preço.

tissot-tissot.jpg

A terceira memória data de uns anos mais tarde. Já a trabalhar, achei que merecia um relógio mais desportivo. Um todo o terreno. Estamos no ano dois mil e a marca referência neste mercado era a Casio, com a sua linha G-Shock. Era hora de ter um. Escolhi o que me pareceu mais radical; resistente ao choque, à prova de água até 200 metros e com altímetro (não fosse uma qualquer escolha de carreira levar-me a ser piloto da força aérea...). Escolhi o Riseman que ainda hoje dá horas lá por casa (a qualidade japonesa tem destas coisas).

 

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E por que razão me lembrei disto agora? A propósito dos 35 anos da G-Shock, que teve direito a uma celebração no Museu do Oriente, para a qual fomos gentilmente convidados. Foi a desculpa perfeita para puxar pela memória e recordar a importância que esta coisa dos relógios tem na nossa/minha vida. Não apenas pelo lado funcional, mas também – e sobretudo – pela objecto que são, que nos permitem oferecer (e receber) um pedaço de tempo, de uma história que vamos escrevendo a muitas mãos. Ou pulsos, neste caso.