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Like A Man

03 de Abril, 2020

5 coisas que não deve fazer em dias de quarentena

Filipe Gil

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Isto é tudo uma experiência, certo? Um dia vamos acordar deste pesadelo da pandemia da covid-19 e perceber que foi tudo uma grande experiência social. Que foi manipulação da opinião pública, que alguém enganou governos e OMS, certo? Que o vírus é uma invenção para colocar o mundo em pânico, não é tão letal e não é mais do que uma vontade de alguns de fazer nascer uma nova ordem mundial e económica. Um Big Brother real. Maléfico. 

 
Mas não, apesar do desejo de estarmos a viver uma má ficção. Tudo é bem real. E ao fim de duas semanas de “cativeiro” e sem luz ao fundo do túnel deixamos aqui algumas coisas que devem evitar de fazer – que aprendemos na pele.
 
1. Nunca deixem de tomar banho. Confesso que nos 21 dias que estou em casa houve um dia, esta semana, que não tomei. Para além da higiene básica, fiquei praticamente com o mesma roupa desde que acordei. Passei o dia do computador para a mesa, da mesa para o computador. Foi o pior dia para mim. Senti-me triste, mal disposto, sem uma pinga de humor. E farto de tudo. Parecia que estava a viver o dia anterior e o outro antes desse. Tomar banho, para além das questões de higiene, serve para um momento de pseudo SPA (atenção aos gastos com a água), deixa-nos frescos e com mais força para o resto do dia – por muito stressante ou aborrecido que seja.
 
2. Evitar ler notícias nas redes sociais. Este é um conselho dois em um. Sigam apenas canais informativos de confiança. Optem pelos mais institucionais – já não há paciência para aqueles vídeo sentimentais com música fazer chorar as pedras da calçada que certos canais de TV teimam em passar nos telejornais. Teve piada no início, mas não nos faz bem, acreditem. E evitem seguir noticias sobre o vírus que surgem no vosso feed das redes sociais que não sejam de jornais sérios. E mesmo assim, outro conselho aqui metido: não leiam/vejam só coisas sobre a covid-19. Há mais para além disso, há histórias muito interessantes nos jornais que noutras alturas mal tínhamos tempo para ler e que estão por lá à nossa espera. Agora é a oportunidade, e o tempo. 
 
3. Não fiquem parados, descubram um hobby. Mesmo que para muitos de nós o teletrabalho se tenha tornado uma valente merda - às vezes aquele xixi fica retido umas três horas só porque tudo parece urgente e se não mandarmos aquele e-mail o mundo acaba de vez. Mesmo assim, é muito importante arranjarem um hobby. Apesar de trabalhar uma média de 10 horas por dia, tenho cozinhado, muito. Peço até para cozinhar cá em casa. Aqueles 30 minutos a cortar legumes ou carne, cozer, fritar, queimar-me, valem ouro.  Costumo ouvir uma música de elevador enquanto o faço (geralmente um jazz ou clássica) e sabe-me pela vida empratar e ver a cara de prazer quando lhes sirvo. Mas há mais: plantas, escrever (quem não o tem de fazer profissionalmente), bricolage, macramé. Aprender linguagem gestual. Tudo vale para estarmos afastados das redes sociais e TV's. Quem sabe não nasce uma ideia de negócio de tudo isso.
 
4. Não menosprezem o vírus. Isto pode efetivamente acontecer. Resguardados nas nossas casas, quando mandamos vir as compras online, quando temos pouco contacto com o exterior, quando evitamos demasiadas notícias, tendemos a esquecer o vírus. Às vezes da janela da varanda onde trabalho vejo, não regularmente, familiares e amigos a visitarem-se. A entrar nas casas uns dos outros, a ir falar para saber se está tudo bem. Ora, a não ser que sejam cuidadores e necessitem mesmo de ir a essa casa para cuidar de alguém, estes não são tempos de nos reunirmos em casa uns dos outros. Com o passar dos dias esquecemo-nos do vírus, quem tem ferramentas mentais para tal, e é uma grande chatice porque parece que está tudo bem. O que não está. O novo coronavírus é silencioso. E somos nós, humanos, que o transportamos. Tenham atenção a isso. 
 
5. Não deixem de fazer exercício físico. Aposto que apenas 20 por cento das pessoas seguem metodicamente os treinos que hoje encontramos aos magotes na redes sociais. Eu faço parte dos restantes. Apesar de ver treinos, de ter amigos a treinarem, não consigo fazer mais do que umas pequenas corridas de 4 a 5 km perto de casa. Sempre pratiquei, sempre corri (quando não estava lesionado) e muitas vezes fazia alguns exercícios em casa. Agora nada. E isso não é bom. Sinto-me a engordar, a ficar flácido e faz-me falta aquela sensação de corpo suado e de cansaço físico. Até agora só mesmo mental. E não está fácil. Todos os dias acordo com a sensação, em milésimos de segundos, que já está tudo bem. Só que não. Vamos então evitar a fazer (e pensar) o que nos faz mal. Cuidem-se! 

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