29 anos sem o The Great Pretender
Lembro-me que se tivesse acontecido há poucos anos. Era final da tarde, já noite, como é sempre em novembro. Estava reunido com alguns amigos antes de nos irmos equipar para ter um jogo de andebol. A minha equipa de andebol do Liceu Pedro Nunes era uma equipa de amigos. E ainda o é. A grande maioria de nós já não joga mas ainda nos reunimos via zoom algumas vezes por mês.
As vidas levaram-nos para vários locais do país, e até do estrangeiro. Mas nada nos impede de saber uns dos outros. Agora mais maduros, mais sensatos, mas sempre a saber que do outro lado da câmara ou do telefone há um “gajo dos nossos”.
Ora nesse final de tarde, enquanto dizíamos piadas e falávamos no calão que em casa nos proibiam, um de nós chegou atrasado - e quase que juro quem terá sido - a contar que o vocalistas dos Queen tinha morrido.
O grande Freddy Mercury, que para nós e grande maioria de quem ouvi Queen estava a borrifar-se se era gay, hetero ou o que fosse, morria de SIDA nesse dia.
Nunca foram a minha banda preferida, mas ouvi muitas e muitas vezes, sobretudo porque sempre foram uma banda muito ligada a bandas sonoras: Flash Gordon ou Highlander.
Lembro-me também da coincidência que o Natal trazia-me sempre álbuns (vinis) ou CD’s dos Queen para casa. E o frio do Natal, com cheiro a canela no ar, as luzes festivas a decorar com gosto o Amoreiras os amigos do andebol e a família interligavam a época festiva com a voz de Freddy Mercury.
Raramente coloco uma música de Queen nos Spotify, mas chega a esta altura do ano e faço-o. Está na memória. E bem viva. Dessa tarde noite nem sequer recordo se ganhamos o jogo ou se perdemos. Se marquei ou dei a marcar. Lembro-me da morte de Freddy. Faz hoje 29 anos.