Touros, em Rio Grande do Norte.
Ando nisto do jornalismo desde 2000. Com umas interrupções aqui e acolá, dá para dizer, com certeza, que levo uns 17 anos de frequência assídua em redações. De entrevistas a artigos, de algumas «cachas» a dossiers mais chatos e técnicos, de moderação de conferências a dias de fecho de edição de arrancar cabelos.
Comecei a querer ser copywriter em agência de publicidade – o que ainda cheguei a fazer – tal como o João Coelho aqui do LiAM. Mas quis o destino que fosse parar ao jornalismo. Apesar de se ganhar muito mal e de ter a nítida sensação que se fosse noutro país viva muito mais confortável, fui ficando - o dinheiro não é tudo, dizem. Saí um par de vezes regressando a um local onde sempre fui feliz (pelo menos mais do que nos outros locais).
Mas, desde o início que sempre me faltou fazer duas coisas: rádio e reportagem (pura e dura). A rádio que continua a ser um grande fascínio e que me acompanha desde a infância - ainda me lembro de um pequeno rádio que colocava debaixo da almofada e que ouvia até adormecer.
Cidade de Natal na praia da Ponta Negra
E a reportagem. Recentemente de uma forma que nunca tinha feito desta forma: num país estrangeiro. No caso, o Brasil, no estado do Rio Grande do Norte - ali à volta da cidade de Natal. Irão poder ler a minha reportagem com as fantástica fotos do Orlando Almeida na edição da revista Volta ao Mundo de novembro.
Cheirar e sentir lugares diferentes é uma inspiração e tanto. Poder falar e conversar, nem que por instantes, com pessoas completamente diferentes e com uma vida nos antípodas da tua realidade é a verdadeira viagem. Sobretudo sendo o Brasil aquele local onde nos sentimos bem por sermos portugueses - apesar dos brasileiros manterem uma ideia estranha de ex-colónia (sobretudo aqueles que nunca vieram à Europa).
Foi uma experiência e tanto. O receio de viajarmos por um país menos tranquilo que o nosso existiu, mas senti-me sempre hiper seguro - claro, estive sempre acompanhado de quem sabia estar nos locais certos.
Andar de caneta e bloco de notas a tentar registar aquilo que sentimos no momento é tão interessante como intrigante - e se calhar ajudou. Lembro-me de estar numa rua de Natal, sozinho, e um senhor dar-me informação sobre os locais a visitar. Assim do nada, a troco de uma sorriso e um aperto de mão.
Munícipio de Touros. Se querem saber mais, têm de comprar a revista Volta ao Mundo de Novembro.
Foram poucos dias, no total cinco, mas deu para retomar o gosto de viajar por destinos e realidades bem diferentes da nossa. O cheiro do Brasil é uma coisa apaixonante, e já não o cheirava desde 2003. Isto para não falar na temperatura das águas desta zona: cerca 26/27 graus. Cá fora, rondava os 30. Não esquecendo que fui no inverno. O inverno de Natal. Inverno que "não existe".
Deu para perceber que ficava ali umas boas duas semanas de papo para o ar a comer a comida local bem regada por cerveja ou água de coco. Fiquei muito surpreendido pela positiva com a praia da Ponta Negra (fotos acima) em Natal, embora os locais teimassem em falar espanhol comigo a pensar que era argentino. Aquela praia pareceu o que mais próximo vi de paraíso. Se quiserem saber mais, já sabem, Volta ao Mundo de novembro.
O que ficou desta viagem? A certeza de querer voltar ao Brasil e uma vontade de ir à Amazónia, onde tudo é, certamente, diferente. Vamos?