Eram outros tempos. Tínhamos dois canais de televisão, um vídeo-gravador (na melhor das hipóteses) e zero de internet, claro. Jogávamos à bola na rua, sim. Sem medos dos carros, que eram poucos na altura, e sem sequer nos lembrarmos que podíamos ser raptados.
Na televisão, aos domingos, era a Fórmula 1 que reinava para nós, rapazes. E que espectáculo aquilo era! A década de 80 terá sido mesmo a época dourada da modalidade mais popular do automobilismo mundial. Tivemos René Arnoux, Riccardo Patrese, Michele Alboreto, Gerhard Berger e um Niki Lauda em final de carreira, mas sobretudo tivemos Nelson Piquet, Alan Prost, Nigel Mansell e, claro, Ayrton Senna. E os carros? Inesquecíveis! Ora recordem: era o Lotus com a clássica decoração preta e dourada da John Player Special, o McLaren Honda com as míticas cores da Marlboro (e, mais tarde, com o emblemático capacete amarelo de Senna), o Ferrari sempre vermelho, o BMW azul da Olivetti, o Williams Renault amarelo e também azul, o Brabham-BMW com a decoração azul e branca da Parmalat e o BMW da Benetton, colorido, claro.